quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Como se fosse a primeira vez

Pequi: fruto nativo do cerrado brasileiro, cujo gosto e aroma característicos são inconfundíveis. A primeira vez que alguns experimentam tal peculiar fruto, se tornam amantes instantaneamente. Outros ficam repugnados.
Não é diferente com Machado de Assis. Sua linguagem rebuscada e suas obras imortalizadas causam apreço e prazer. O contrário também é verdade: algumas pessoas, na primeira vez que lêem, se decepcionam ou simplesmente não entendem, deixando essa leitura de lado.
Em nosso primeiro contato com Machado de Assis, analisaremos de modo simples e seriado o conto "Uns Braços", mostrando como temas apresentados por um autor do século XIX permanecem em acirrada discussão até os dias de hoje.
Enfim, vamos para a polpa do pequi!

  O conto "Uns Braços" traz a história de um garoto de 15 anos que, fica deslumbrado por uma mulher mais velha e casada, simplesmente por causa da exposição de seus braços. Neste conto, assim como em outros contos do autor, a mulher é retratada de forma realista, como um ser imperfeito, humano e cheio de desejos e ambições. 
O tema "traição" - ou não, dependendo do ponto de vista do leitor - entre uma mulher mais velha com um rapaz jovem, gera polêmica. Nos leva a refletir os valores morais de nossa sociedade e também fazer uma analogia com casais da mídia (é esse mesmo que você está pensando). 
Roendo o caroço, cuidado com os espinhos!

 Ao levantar o aspecto "adultério", Machado vai mais a fundo e traz à tona algo ainda presente em nossa sociedade: é a traição masculina mais aceitável do que a traição feminina? E ainda: o relacionamento entre uma mulher mais velha e um homem mais novo é pior que entre um homem mais velho e uma mulher mais nova? 
 Assim como o pequi, que quando comemos além da polpa corremos o risco de nos machucar, quando se vai muito a fundo com Machado somos levados a raciocinar sobre os conceitos sociais impostos em nossa vida. Na mesma medida que o pequi em conserva permanece por muito tempo, as obras de Machado de Assis e os temas abordados em suas obras permanecerão em discussão por anos a fio. Apesar de exatamente 113 anos após sua morte, suas obras ainda estão sempre presentes, trazendo reflexão, emoção e um gostinho de "quero mais".
Como foi sua primeira vez com Machado de Assis? Responda nos comentários.

12 comentários:

  1. Apesar de ser das que repugnam pequi! Achei curiosa a alusão do fruto do cerrado, relacionando-o as obras de Machado de Assis...
    Isabella

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  2. Gostei muito de como o texto foi escrito, está bem no estilo blog... bastante dinâmico.
    Foi muito interessante o modo como colocaram características do pequi (fruto) no texto, realmente adorei isso... agora quero fazer umas observações que os próprios membros do grupo devem ter notado... “o pequi está sem polpa” o texto não tem muito conteúdo!
    Vocês fizeram muitas perguntas, mas não deram respostas. E tem aquela sensação de que já ouvi isso antes... para ser claro, já ouvi isso na sala de aula!!
    Vlw.. Conto minha história com Machado depois..
    Hélio

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  3. Meu primeiro contato com o Machado de Assis foi com um conto: Teoria do Medalhão.Não foi fácil de engolir,mais difícil até do que engolir pequi!(é uma figuração!Meus leitores de comentários,nunca engulam pequi,NUNCA!).
    Minha sorte foi aparecer uma Deusa quem me mostrou que é importante entender e valorizar o Bruxo do Cosme Velho:Li,reli e gostei de contos e de romances...Se não fosse essa Deusa!Obrigado,Deusa!(não pude evitar essa)

    Sobre "Como Se Fosse a Primeira Vez",muito inteligente foi relacionar os primeiros contatos com o pequi e com obras machadianas;Faltou ressaltar a importância de se aprender,mesmo à força,a comer e valorizar os filhos do Machado.(Como vocês são imaturos,jovens leitores)
    Concordo com o comentador anterior (leitores,leitores,não pulem os comentários!)quanto à falta de informatividade do texto que tem sim muita "carne"(santa catacrese!);mas,convenhamos,é uma "carne" sem muito sabor...talvez seja só o tempero,acho provável que seja.
    Aos que aqui chegaram,um prêmio-pequi virtual num link por aí-se algum Hacker não passou aqui antes.

    DE: AMOFalta de criatividade de alguém que não sabia que comentários longos não são lidos.

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  4. Por não gostar muito de ler quando peguei um conto de Machado de Assis achei chato e massante, pela linguagem usada, mas depois de muito discutir em sala de aula comecei a perceber que todo desgosto era falta de conhecimento crítico e cultural, assim passei a ler e tentar entender.

    Obs.:
    Achei criativo e gostei muito da analogia feita entre Machado de Assis e o pequi.
    Sinésio Teodoro

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  5. Gostei muito da comparação feita entre Machado e pequi e da dinâmica do texto que evitou uma leitura chata e cansativa. Achei que o tema não ficou muito claro por falta de aprofundamento. Acredito que o aspecto escolhido seja a imortalidade do tema tratado por Machado no conto. Se for realmente isso, acho que poderiam fazer referência à outras obras para que não parecesse uma exceção. Parabéns pelo trabalho! =)
    Wêdylla

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  6. Apesar de interessante a analogia do conto com o fruto pequi, acredito que ficou um pouco exagerado o numero de vezes que o mesmo foi citado, fazendo com que a graça inicial seja perdida ao decorrer do texto.
    A linguagem utilizada se enquadra no contexto blog, mas em relação ao conteúdo poderia ser mais carnudo.
    Andressa Lamounier

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  7. Eu achei que o texto de vocês muito bom. Gostei da comparação que fizeram sobre como a sociedade encararia se o adultério fosse por parte de Borges. Tenho que discordar com Adaiton, penso que qualquer contato íntimo com alguém que não é seu cônjuge pode ser considerado adultério, até mesmo um simples beijo. No mais é só. Parabéns.

    ASS.: Érica

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  8. Na verdade detesto pequi... Mesmo assim só para soltar alguns espinho em meio a essa discussão quero compartilhar com você caros amigos, que isso não ocorre quando leio Machado. Sempre fico me perguntando de onde vêm tantas obras? Como ele consegue atingir a todos os que após ele. Parece que a cada dia os temas abordados fazem cada vez mais parte da realidade de hoje. Outra coisa(em relação ao "Como se fosse a primeira vez") eu acho um máximo deixar perguntas no ar... "Confundindo" o leitor com tantas possibilidades de interpretações, levando-os a pensar por suas próprias cabeças assim como Machado tem feito conosco através dos tempos. A primeira obra que tive contato foi com ele foi lendo o conto " A carteira". Gostei muito, mas ao mesmo tempo fiquei muito brava com o fim... A Machado como você é engraçado.

    OBS: Eu ainda detesto pequi, mas adoro ver a brincadeira que podemos fazer com ele na escrita.
    Karla

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  9. Gostei muito da abordagem e do apanhado geral realizado sobre do conto. Os elementos utilizados prendem o leitor, proporcionando uma leitura agradável.
    Também foi interessante a estratégia de deixar perguntas em aberto. Mas, concordo com os outros comentários: faltou um pouco de profundidade..
    Amanda Rodrigues

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  10. O Grupo foi feliz nas comparações feitas em relação ao Machado de Assis e o fruto pequi, porém ficou algo "superficial", mais um "geralzão" sobre Machado de Assis e a obra Uns Braços, faltou mais aprofundamento.
    "Nada se obtém sem esforço; tudo se pode conseguir com ele." Ralph Emerson
    Antônio Carlos

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  11. No 8º ano, ouvi falar pela primeira vez de Machado de Assis; lembro que se discutia a veracidade da traição de Capitu, do livro ‘DOM CASMURRO’ – esse nome marcante fez-me nunca o esquecer.
    Passado certo tempo, encontrei esse em um supermercado na versão livro de bolso. Mal tinha aprendido a ler ,e pedi que minha mãe o comprasse, queria parecer intelectual. Li, mas não tinha intelecto suficiente para entender, por isso não gostei.
    Hoje, o fim lucrativo, como diz o AMOF, fez-me ter um reencontro e uma “lavagem cultural”. Gosto do gênio crítico e irônico de Assis, não obstante, gosto da maneira que ele nos faz rir de nossas própias deficiências.
    Quero parabenizar o grupo pela criatividade de fazer analogias com o pequi e pela ideia de fechar o texto com uma pergunta, isso com certeza gera mais interação e comentários, e esses atraem mais visualizações do conteúdo exposto – um jogo de marketing-.
    Em relação ao conteúdo, achei muito genérico. Vocês fizeram à introdução. Ok! Mas, onde está o resto do texto?! Ficaria melhor se ao invés de PERGUNTAS, falassem sobre o machismo e os relacionamentos com diferença de idade. Priorizou-se o conto – perderam muitas linhas com isso – desnecessário fato, pois queria ter lido algo mais crítico, não uma sinopse. Fiquei com uma sensação de que ‘FALARAM MUITO E DISSERAM POUCO’.
    Gyovanna Torres

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  12. "Os erros são os portais da descoberta".
    James Joyce.
    Gyovanna Torres

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